Avelumabe como Terapia de Manutenção: Avanço no Tratamento do Carcinoma Urotelial Avançado ? JAVELIN BLADDER 100
O carcinoma urotelial é o tipo mais comum de câncer de bexiga, representando aproximadamente 90% dos casos. Em estágios avançados ou metastáticos, a doença apresenta um prognóstico reservado, com taxas de sobrevida global (SG) limitadas. A quimioterapia baseada em platina é o tratamento de primeira linha padrão; no entanto, muitos pacientes experimentam progressão da doença após a quimioterapia inicial. A introdução de terapias de manutenção visa prolongar a resposta ao tratamento e melhorar os desfechos clínicos.
Visão Geral do Estudo
O estudo de fase III JAVELIN Bladder 100 investigou a eficácia do avelumabe, um inibidor de PD-L1, como terapia de manutenção de primeira linha em pacientes com carcinoma urotelial avançado que não apresentaram progressão após quimioterapia baseada em platina.
Desenho do Estudo:
• 700 pacientes foram randomizados para receber avelumabe mais cuidados de suporte padrão (BSC) versus suporte padrão.
• O avelumabe foi administrado a cada 2 semanas até progressão da doença ou toxicidade inaceitável
Resultados Principais ( Resultados da Primeira Publicação em 2020 – NEJM )
• Sobrevida Global (SG): A mediana de SG foi de 21,4 meses no grupo avelumabe + BSC versus 14,3 meses no grupo BSC isolado (HR para morte: 0,69; IC 95%: 0,56–0,86; p = 0,001).
• Sobrevida Livre de Progressão (SLP): A mediana de SLP foi de 3,7 meses no grupo avelumabe + BSC versus 2,0 meses no grupo BSC isolado (HR para progressão ou morte: 0,62; IC 95%: 0,52–0,75).
• Expressão de PD-L1: Pacientes com tumores PD-L1 positivos apresentaram benefícios ainda maiores, com mediana de SG de 24,6 meses no grupo avelumabe + BSC versus 15,0 meses no grupo BSC isolado (HR: 0,56; IC 95%: 0,40–0,79; p < 0,001).
Os resultados atualizados, com mais de 2 anos de acompanhamento, reforçam os benefícios clínicos do avelumabe nesse contexto.
• Sobrevida Global (SG): O avelumabe, combinado com os melhores cuidados de suporte (BSC), demonstrou uma redução significativa no risco de morte em comparação com BSC isolado. A razão de risco (HR) foi de 0,76 (IC 95%: 0,63–0,91; p = 0,0036), indicando uma melhora substancial na SG .
• Sobrevida Livre de Progressão (SLP): A análise mostrou que o avelumabe também prolongou a SLP em relação ao BSC isolado, reforçando sua eficácia em retardar a progressão da doença.
• Segurança: O perfil de segurança do avelumabe permaneceu consistente com análises anteriores, sem identificação de novos sinais de toxicidade ao longo do acompanhamento estendido.
Implicações Clínicas
Com base nesses resultados, o avelumabe estabeleceu-se como padrão de tratamento para pacientes com CUA que não progrediram após quimioterapia de primeira linha. Sua administração como terapia de manutenção oferece uma estratégia eficaz para prolongar a sobrevida e controlar a progressão da doença.
Conclusão
O uso do avelumabe como terapia de manutenção de primeira linha representa um avanço significativo no manejo do carcinoma urotelial avançado. Os dados atualizados do estudo JAVELIN Bladder 100 confirmam os benefícios duradouros dessa abordagem, consolidando sua posição nas diretrizes internacionais de tratamento.
Fontes :
- Powles, Thomas, et al. "Avelumab maintenance therapy for advanced or metastatic urothelial carcinoma." New England Journal of Medicine 383.13 (2020): 1218-1230.
- Powles, Thomas, et al. "Avelumab first-line maintenance for advanced urothelial carcinoma: results from the JAVELIN Bladder 100 trial after≥ 2 years of follow-up." Journal of Clinical Oncology 41.19 (2023): 3486-3492.
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Dr. Alexandre Sato
Médico Urologista em São Paulo - SP
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