Biópsia de Próstata: Entendendo as Vias Transretal e Transperineal

Dr. Alexandre Sato 09 Agosto

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Médico Especialista

Receber a indicação para uma biópsia de próstata pode gerar ansiedade e muitas dúvidas. Seja por um PSA elevado ou por uma alteração em exames de imagem como a ressonância magnética, este procedimento é o passo definitivo para diagnosticar ou descartar a presença de um câncer de próstata.
Atualmente, existem duas vias principais para realizar a coleta do material: a transretal e a transperineal. Embora o objetivo seja o mesmo, a forma como são feitas, a segurança e a precisão de cada uma são diferentes. Compreender essas diferenças é fundamental para que você possa ter uma conversa mais clara e segura com seu urologista.

A Via Transretal (TRUS): O Método Tradicional

Por muitos anos, a biópsia transretal guiada por ultrassom (TRUS) foi o método padrão.
•    Como é feita? Uma sonda de ultrassom é inserida no reto para visualizar a próstata. Através dessa sonda, uma agulha fina é disparada, atravessando a parede do reto para coletar múltiplos fragmentos da glândula.
•    Principal desvantagem: O risco de infecção. Como a agulha passa pelo reto, uma região naturalmente colonizada por bactérias, há um risco, ainda que controlado com antibióticos, de levar essas bactérias para a corrente sanguínea, podendo causar infecções leves e, mais raramente, uma infecção generalizada (sepse). Além disso, o acesso a certas regiões da próstata, como a parte anterior, pode ser mais limitado.

A Via Transperineal: A Abordagem Mais Moderna e Segura

Considerada o novo padrão-ouro em muitos centros de referência nos Estados Unidos e na Europa, a biópsia transperineal tem ganhado cada vez mais espaço por seus benefícios claros.
•    Como é feita? Neste método, a agulha é inserida através da pele do períneo (a região localizada entre o saco escrotal e o ânus). A grande vantagem é que a agulha não passa pelo reto.
•    Principais vantagens:
1.    Risco de Infecção Drasticamente Menor: Ao evitar a contaminação com as bactérias do reto, o risco de infecções graves é próximo de zero. Isso torna o procedimento muito mais seguro.
2.    Maior Precisão: A via transperineal permite ao médico um acesso muito mais amplo e preciso a todas as áreas da próstata, incluindo a região anterior, onde até 30% dos tumores podem estar localizados e que são de difícil acesso pela via transretal. Isso aumenta a chance de um diagnóstico correto.

Qual é a Melhor Opção Para Mim?

A evidência científica atual aponta a biópsia transperineal como a abordagem superior, principalmente por seu perfil de segurança (menor risco de infecção) e por sua maior acurácia diagnóstica. Hoje, ela é considerada o método de escolha pela maioria das diretrizes internacionais de urologia.
A decisão final, no entanto, deve ser sempre tomada em conjunto com seu médico urologista, que irá avaliar seu caso específico. Não hesite em perguntar sobre os métodos disponíveis, os riscos e os benefícios de cada um. Um paciente bem informado toma decisões melhores e se sente mais seguro durante todo o processo.