As 10 Perguntas Mais Comuns Sobre Cálculo Renal Respondidas Pelo Urologista

Dr. Alexandre Sato 16 Setembro

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Médico Especialista

10 Perguntas que Mais Escuto no Consultório sobre Cálculo Renal (e suas Respostas)

A cólica renal é uma das experiências mais dolorosas que um paciente pode enfrentar. E, junto com a dor, vem uma avalanche de dúvidas, medos e informações desencontradas. Ao longo dos anos, percebi que muitas dessas perguntas se repetem, refletindo as principais preocupações de quem passa por esse problema.

Para ajudar a esclarecer o que é mito e o que é verdade, compilei as 10 perguntas que mais ouço no meu dia a dia como urologista. Vamos respondê-las de forma direta.

1. Doutor, por que eu formo pedras nos rins?
A formação de cálculos renais, ou litíase renal, é multifatorial. A causa mais comum é a baixa ingestão de líquidos, que deixa a urina superconcentrada em sais minerais (como cálcio, oxalato e ácido úrico). Esses sais se agregam e formam cristais que, com o tempo, viram pedras. Outros fatores incluem: histórico familiar (genética), dietas ricas em sódio e proteína animal, obesidade, e algumas condições médicas, como infecções urinárias de repetição e distúrbios metabólicos.

2. Qual é o sintoma que indica que estou com pedra no rim?
O sintoma clássico é a cólica renal: uma dor de início súbito, extremamente intensa, localizada na região lombar (nas costas, abaixo das costelas), que geralmente irradia para a parte da frente do abdômen e a região genital. A dor é tão forte que o paciente não encontra posição de alívio. Outros sinais comuns são sangue na urina (deixando-a rosada), náuseas, vômitos e ardência para urinar.

3. Todo cálculo renal precisa de cirurgia?
Não. A necessidade de cirurgia depende principalmente do tamanho da pedra, da sua localização e dos sintomas. Pedras pequenas (geralmente menores que 5mm) têm grande chance de serem eliminadas espontaneamente. A cirurgia se torna necessária quando a pedra é grande demais para passar pelo ureter, causa dor incontrolável, obstrui o fluxo de urina ou está associada a uma infecção.

4. Beber bastante água realmente ajuda a expelir a pedra?
Sim, com certeza. A hidratação é a principal medida tanto para prevenir a formação de novos cálculos quanto para ajudar a expelir os já existentes, desde que sejam pequenos. A água aumenta o fluxo urinário, "empurrando" a pedra pelo trato urinário e diluindo a urina para evitar que novos cristais se formem. A recomendação é beber água o suficiente para manter a urina sempre clara.

5. Cerveja ajuda a eliminar a pedra no rim?
Isso é um mito perigoso. A cerveja é diurética, ou seja, faz você urinar mais. Esse aumento do fluxo urinário poderia, teoricamente, ajudar a mover uma pedra pequena. No entanto, o álcool causa desidratação e contém oxalato, substância que contribui para a formação de alguns tipos de cálculos. Portanto, o suposto benefício não compensa os riscos. A melhor bebida para seus rins é, e sempre será, a água.

6. Água com limão pode quebrar as pedras?
A água com limão não "quebra" as pedras já formadas, mas é uma excelente forma de prevenção. O limão é rico em citrato, uma substância que atua como um inibidor natural da formação de cálculos de oxalato de cálcio, o tipo mais comum. O citrato se liga ao cálcio na urina, impedindo a formação dos cristais.

7. O que eu devo parar de comer para não ter mais pedras?
A dieta de prevenção depende do tipo de cálculo que você forma. No entanto, algumas recomendações são universais:

 - Reduza o sal (sódio): O excesso de sódio faz com que os rins eliminem mais cálcio na urina.

 - Modere a proteína animal: Carnes vermelhas, em excesso, aumentam os níveis de ácido úrico e cálcio na urina.

 - Cuidado com alimentos ricos em oxalato: Espinafre, beterraba, nozes e chocolate, se consumidos em excesso por quem tem tendência, podem aumentar o risco.

O ideal é uma dieta balanceada e, se necessário, uma avaliação com nutricionista.

8. Ter um cálculo renal aumenta a chance de ter outros?
Sim. Uma pessoa que já teve um episódio de cálculo renal tem cerca de 50% de chance de formar um novo cálculo nos próximos 5 a 10 anos se não adotar medidas de prevenção. Por isso, a mudança no estilo de vida, principalmente o aumento da ingestão de água, é fundamental.

9. O problema de pedra nos rins é hereditário?
Existe um componente genético importante. Se você tem pais ou irmãos com histórico de cálculo renal, sua chance de desenvolver o problema é maior. Isso ocorre porque algumas famílias herdam uma tendência a absorver mais cálcio ou a excretar certas substâncias na urina que favorecem a formação das pedras.

10. Posso ter uma pedra no rim e não sentir nada?
Sim, é possível. Muitas pessoas possuem cálculos renais "silenciosos" que ficam alojados dentro do rim e não causam dor ou obstrução. Eles geralmente são descobertos por acaso, em exames de imagem realizados por outros motivos. O problema começa quando essa pedra se desloca e tenta passar pelo ureter, o canal estreito que leva a urina até a bexiga.

Entender seu corpo é o primeiro passo para uma vida mais saudável. Se você tem outras dúvidas ou está sentindo algum sintoma, não hesite em procurar um especialista.

Identificou-se com alguma dessas perguntas ou ainda tem dúvidas? Não deixe que a dor ou a incerteza controlem sua vida.

Um diagnóstico preciso e um plano de tratamento personalizado são essenciais para resolver o problema e prevenir futuras crises. Estou aqui para ajudar você a entender seu caso e encontrar a melhor solução.

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Sobre o Autor:

Dr. Alexandre Sato é médico urologista, dedicado ao diagnóstico e tratamento de doenças do sistema urinário, com foco especial em cálculo renal. Com uma abordagem moderna e centrada no paciente, utiliza as tecnologias mais avançadas para oferecer tratamentos eficazes e minimamente invasivos. Acredita que a informação de qualidade é a melhor ferramenta para a saúde, buscando sempre orientar seus pacientes de forma clara e acessível sobre prevenção e bem-estar.