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Enzalutamida na Recidiva Bioquímica de Alto Risco no Câncer de Próstata: Uma Nova Fronteira para Retardar a Progressão da Doença - EMBARK TRIAL

Para muitos homens que passaram por tratamento para câncer de próstata localizado (como cirurgia ou radioterapia), a notícia de um aumento nos níveis de PSA (Antígeno Prostático Específico) pode gerar ansiedade e incerteza. Esse cenário, conhecido como Recidiva Bioquímica ,indica que o câncer pode estar voltando, mesmo que ainda não seja visível em exames de imagem. O grande desafio, nesses casos, é impedir ou, pelo menos, adiar ao máximo o aparecimento de metástases. Recentes estudos, como o EMBARK, trouxeram notícias animadoras sobre o uso da Enzalutamida nesse contexto específico, oferecendo novas esperanças para os pacientes.


O Que é Recidiva Bioquímica do Câncer de Próstata?


A Recidiva Bioquímica ocorre quando, após um tratamento com intenção curativa, os níveis de PSA no sangue começam a subir novamente, atingindo um determinado patamar. Isso sugere a presença de células cancerígenas ativas, mas em uma quantidade tão pequena que ainda não formam tumores detectáveis por tomografia, ressonância, cintilografia óssea ou até mesmo PET CT PSMA. Embora não seja uma metástase visível, a recidiva bioquímica, especialmente em casos de alto risco (PSA subindo rapidamente, tumores iniciais agressivos), aumenta a probabilidade de a doença progredir.


O Desafio: Prevenir a Metástase


O principal objetivo ao tratar a recidiva de alto risco é aumentar o tempo que o paciente vive livre de metástases – a chamada Sobrevida Livre de Metástases (SLM). Atrasar a progressão para a doença metastática é crucial, pois melhora a qualidade de vida e, potencialmente, a sobrevida global. Tradicionalmente, a Terapia de Privação Androgênica (ADT), que bloqueia a produção de testosterona, tem sido o pilar do tratamento, mas busca-se opções mais eficazes ou com diferentes perfis de segurança.


Enzalutamida: Uma Terapia Hormonal de Nova Geração


A Enzalutamida (comercialmente conhecida como Xtandi®) é um medicamento antiandrogênico potente. Ela atua bloqueando o receptor de androgênio nas células do câncer de próstata de múltiplas formas, impedindo que a testosterona (mesmo em níveis baixos) estimule o crescimento do tumor. Já bem estabelecida no tratamento do câncer de próstata metastático e não metastático resistente à castração, seu papel na recidiva bioquímica era uma área de intensa pesquisa.


O que é o Estudo EMBARK ?


O EMBARK é um estudo de fase 3, randomizado, controlado, multicêntrico, que avaliou o papel da enzalutamida isoladamente ou em combinação com terapia de privação androgênica (ADT) em pacientes com câncer de próstata não metastático, mas com recidiva bioquímica (PSA em ascensão) após tratamento local (cirurgia ou radioterapia).


Ele comparou:
1.    Enzalutamida + Leuprorrelina (ADT padrão)
2.    Enzalutamida (como monoterapia)
3.    Placebo + Leuprorrelina (ADT padrão isolada)


Critérios:
o    PSA ≥ 1 ng/mL após prostatectomia ou ≥ 2 ng/mL após radioterapia
o    PSA doubling time ≤ 9 meses
o    Sem metástases detectáveis (M0) – Métodos Convencionais de Imagem (Tomografia e Cintilografia Óssea) 

 

O Estudo EMBARK: O que os Resultados nos dizem?


Os resultados foram muito significativos:
•    Melhora Expressiva na SLM: A combinação de Enzalutamida + ADT reduziu drasticamente o risco de metástase em comparação com a ADT isolada. ( HR 0.42 ) – Redução de 58%.
•    Monoterapia Também Eficaz: A Enzalutamida usada isoladamente também mostrou ser superior à ADT padrão, oferecendo uma opção potente para pacientes que talvez queiram evitar ou adiar os efeitos colaterais da ADT combinada.
•    Sobrevida Global : Os dados ainda não são maduros para observar ganho em sobrevida, mas uma clara tendência.
•    Qualidade de Vida: Apesar dos efeitos colaterais esperados da terapia hormonal intensificada, os estudos indicaram que a qualidade de vida foi amplamente mantida nos grupos que utilizaram Enzalutamida.


Os pacientes eram analisados com 36 semanas e se o PSA tivesse < 0.2 ng/dL o tratamento era suspenso e retomado apenas se apresentasse uma nova elevação.
Em comparação com o ADT tanto a combinação quanto a Enzalutamida isolada atingiram níveis indetectáveis em uma maior porcentagem ( 91% combinação e 86% para enzalutamida isolada x 68% para ADT).


O que Isso Significa para os Pacientes?


Esses resultados representam uma mudança de paradigma no tratamento da recidiva de alto risco. Para os pacientes, isso se traduz em:
•    Uma Nova Opção Terapêutica: A Enzalutamida, sozinha ou em combinação, torna-se uma ferramenta poderosa para discutir com o médico.
•    Maior Chance de Atrasar a Progressão: A possibilidade real de viver mais tempo sem o desenvolvimento de metástases.
•    Mais Esperança: Uma notícia positiva que reforça os avanços contínuos no combate ao câncer de próstata.


Considerações Importantes


É fundamental lembrar que a decisão sobre o tratamento deve ser individualizada. A Enzalutamida, como toda medicação potente, possui efeitos colaterais (como fadiga, ondas de calor, risco aumentado de hipertensão e quedas) que precisam ser discutidos abertamente com o urologista ou oncologista. A escolha do melhor caminho levará em conta o risco da doença, as condições de saúde gerais do paciente e suas preferências pessoais.


Conclusão: A pesquisa com Enzalutamida na Recidiva Bioquímica do Câncer de Próstata é um marco importante. Ela oferece uma estratégia validada e eficaz para intervir em uma fase crucial da doença, com o objetivo claro de retardar a progressão para metástases e, assim, proporcionar mais tempo com qualidade de vida aos pacientes. Se você se encontra nessa situação, converse com seu médico sobre esses novos achados e veja se essa pode ser uma opção viável para o seu caso.


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Dr. Alexandre Sato

Médico Urologista em São Paulo - SP

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