Pedra no rim em quem fez bariátrica: Por que isso acontece tanto e como evitar?

Dr. Alexandre Sato 15 Dezembro

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Médico Especialista

Você passou pelo processo da cirurgia bariátrica, perdeu peso, controlou o diabetes e ganhou uma nova vida. Mas, meses ou anos depois, surge uma dor aguda nas costas: pedra nos rins.

Se isso aconteceu com você, saiba que não é azar. Existe uma relação direta e química entre a cirurgia de redução de estômago — especialmente o Bypass Gástrico — e a formação de cálculos renais.

Estudos mostram que pacientes bariátricos têm até duas vezes mais chances de formar pedras do que a população geral. Mas por que o seu novo estômago afeta os seus rins? Vamos entender.

O Vilão nº 1: Hiperoxalúria (O excesso de Oxalato)

A principal causa é uma alteração metabólica chamada Hiperoxalúria Entérica. Parece complicado, mas a explicação é simples:

• Como funciona normalmente: No intestino de uma pessoa comum, o Cálcio se une ao Oxalato (uma substância presente em folhas, castanhas, etc.). Juntos, eles formam um composto que é eliminado nas fezes.
• O que muda na Bariátrica: Cirurgias disabsortivas (como o Bypass) fazem com que o corpo não absorva bem as gorduras. Essa gordura "sobra" no intestino.
• O problema: O Cálcio, que deveria se unir ao Oxalato, acaba se unindo à gordura que sobrou.
• O resultado: O Oxalato fica "solteiro" e livre. Ele é absorvido em grande quantidade pelo intestino, vai para o sangue e precisa ser filtrado pelos rins. Lá, ele encontra o cálcio urinário e forma a famosa pedra de Oxalato de Cálcio.

O Vilão nº 2: Baixo volume de urina

Após a cirurgia, o volume do estômago reduz drasticamente. Muitos pacientes têm dificuldade em ingerir grandes volumes de líquidos de uma vez, o que leva a uma desidratação crônica leve. Urina concentrada é o ambiente perfeito para a cristalização de pedras.

O Vilão nº 3: Falta de Citrato

O citrato é uma substância na urina que age como um "escudo", impedindo que as pedras se formem. Pacientes bariátricos tendem a ter Hipocitratúria (pouco citrato), deixando a urina desprotegida.

Como se proteger?

Não é necessário reverter a cirurgia, mas sim adaptar a rotina com acompanhamento urológico e nutricional:

• Hidratação Fracionada: Beber água em pequenos goles, o dia todo, é inegociável.
• Atenção ao Cálcio: Diferente do que se pensava antigamente, você não deve cortar o cálcio. Pelo contrário, muitas vezes precisamos suplementar citrato de cálcio para que ele "sequestre" o oxalato no intestino.
• Dieta: Evitar excesso de alimentos riquíssimos em oxalato (como espinafre, beterraba, nozes e chocolate amargo) pode ajudar.

Conclusão

A cirurgia bariátrica salvou sua saúde metabólica, mas exige vigilância renal. Se você operou, você é, por definição, um paciente de risco para cálculos. O acompanhamento preventivo evita que o sonho do emagrecimento seja interrompido pela dor da cólica renal.

Você fez bariátrica e nunca fez um check-up renal detalhado? Não espere a primeira crise aparecer. Podemos ajustar sua dieta e suplementação para neutralizar o risco de pedras, mantendo apenas os benefícios da sua cirurgia. Clique no botão abaixo e agende sua consulta preventiva.

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Sobre o Especialista

Dr. Alexandre Sato | Urologista Especialista em Litíase Renal e Metabolismo | CRM 146.210

Com profunda experiência no acompanhamento de pacientes pós-bariátricos, o Dr. Alexandre entende as complexas alterações metabólicas que ocorrem após a perda de peso acentuada. Sua abordagem vai além da cirurgia: foca na prevenção metabólica, ajudando pacientes a manterem a saúde renal intacta enquanto desfrutam de sua nova qualidade de vida. Membro da [Sociedade Brasileira de Urologia].